Friday, December 30, 2011

O homem que plantava arvores VO legenda em português (1/1


Primeira parte de uma animação (creio que a versão em castelhano reproduz logo todo o filme) profundamente bela e tocante … ao mesmo tempo profundamente inspiradora … face à quase patológica impotência que sentimos diante da magnitude dos acontecimentos que moldam a realidade do nosso planeta parece que, de facto, a importância da nossa acção é como que irrisória … mas a diferença que um só ser pode fazer para mudar o mundo, quanto mais não seja esse macro-mundo à sua volta, é simplesmente incalculável …

Em véspera de ano novo partilho aqui esta animação (baseada numa história verídica) que não podia ser mais inspiradora, está dividida em 3 partes.

Inverno (e também parte do Outono) é a altura ideal para a plantação de árvores. Que sejamos então fonte de vida e possamos oferecer à Natureza, e a nós próprios, florestas vivas e nativas. Organizemos e participemos em acções de plantação de árvores autóctones. Num sentido mais amplo, que sejamos fonte de abundância e bem estar (como a própria Natureza).

Um 2012 muito fértil e fecundo!


Abraços,


Pedro Jorge

Thursday, December 22, 2011

EduDICAS – Especial Natal


EduDICAS Natal


-) Fazer um consumo consciente e “inteligente”

Numa época em que os ímpetos consumistas adquirem contornos verdadeiramente insanos (ainda mais) o desafio de, mais do que nunca, conseguirmos consumir de forma reflectida, ponderada e inteligente é ainda maior.



Assim um consumo inteligente passa, por exemplo, por:

- Oferecer não tanto bens “materiais” mas por exemplo experiências, muitas vezes com bem mais significado e bem mais especiais do que os bens materiais. Essas experiências podem ser um passeio no campo, surpreender @ “presentead@” levando-@ a um sítio especial, uma massagem, um poema, etc., etc. É só dar largas à imaginação oferecendo uma experiência especial ou então algo fabricado por nós próprios (artesanato).



- Preferir comprar no comércio familiar, tradicional e de pequena escala. O comércio de grande retalho tem vindo a aniquilar quase por completo os modelos de comércio tradicionais (que em 1985 representava 86% de todo o comércio e actualmente já só representa aproximadamente 12%) que mantinham a vida e economia das cidades com vitalidade. Assim todas as nossas opções enquanto consumidores podem ser determinantes para por exemplo estamos a apoiar esse tipo de comércio em vez de estarmos a contribuir para o ainda maior enriquecimento e poder dos grandes grupos económicos.



- Pensar no impacto ecológico e ciclo de produção-consumo de todos os produtos que pretendemos comprar e analisar se numa relação entre o produto final e impacto global do mesmo é “razoável” comprarmos e oferecermos produtos com uma pegada ecológica extremamente pesada (o que acontece com a generalidade dos produtos importados de países longínquos). Vídeo altamente recomendado:

The Culture of Consumption - Where do you stand on your ecological footprint?

http://video.google.com/videoplay?docid=1256329389851725078#docid=-2331265978670067341



- As tradições não são algo estático. Podem e devem evoluir acompanhando a evolução cultural das sociedades onde se inserem sem prejuízo de manter a sua essência e valor. Nesse sentido e sendo uma festa à qual está associada todo um conjunto de elementos gastronómicos tradicionais, é positivo para o bem-estar do nosso planeta repensá-los e reflectir no seu impacto, ou seja consumir alimentos mais “éticos” e com um menor impacto ecológico. O consumo de bacalhau, dado o ritmo acentuado com que esta espécie tem vindo a diminuir, é uma opção cada vez mais questionável. O consumo de animais por motivos éticos, ecológicos, entre outros, é também cada vez mais evitável, existindo todo um conjunto de opções vegetarianas bem mais éticas e saudáveis.

Aqui fica um link para algumas delas:

Centro Vegetariano – Receitas de Natal

http://www.centrovegetariano.org/receitas/Cat-110-Receitas%2Bde%2BNatal.html



- Acima de tudo o Natal é uma festividade (religiosa que se veio sobrepor a celebrações ancestrais do Solstício de Inverno) de Paz, Fraternidade e União. É importante que saibamos manter o nosso Natal dentro desse espírito e não confundi-lo com uma “orgia consumista” exacerbada. Que seja tempo de estarmos e valorizarmos a família (também num sentido mais alargado a toda a humanidade), que saibamos valorizar o altruísmo e espírito de entreajuda. E se o soubermos fazer, porque não celebrar um pouco o Natal todos os restantes dias do ano?



Feliz Natal, para ti e para todos os seres.



EcoAbraços,



Projecto EduCACES - Educação para a Cidadania Activa e Consciencialização Ecológica e Social

Pedro Jorge pereira,

correio electrónico: ecotopia2012@gmail.com

telemóvel: 93 447 6236


EduDICAS - Projecto EduCACES em eco-dicas

http://thechange2004.blogspot.com/2011/12/edudicas-projecto-educaces-em-eco-dicas.html

EduDICAS – Projecto EduCACES em eco-dicas

DESCRIÇÃO

-) OBJECTIVO geral do Projecto EduCACES

O principal Objectivo do Projecto EduCACES é, muito basicamente, o de contribuir para a formação de “melhores seres humanos”, nomeadamente indivíduos dotados de uma maior consciência cívica, eco-social e, por inerência, contribuir para uma mudança social construtiva e para uma sociedade melhor, norteada por princípios e valores orientados para o bem estar comum de todos os indivíduos e seres.

-) EduDICAS

As EduDICAS consistem em breves eco-reflexões e sugestões de acções - no essencial simples - que cada um@ pode adoptar no sentido de tornar mais positiva a sua relação e impacto sobre os ecossistemas aos quais pertencemos. Esse género de consciência e atitude cívica “activa” encontra-se, de uma forma geral, bastante ausente e é extremamente necessário inverter essa tendência através da capacidade de acção consciente de cada indivíduo / cidadão.

-) as EduDICAS em Acção

As EduDICAS são enquadradas em determinada área temática (por exemplo água, energia, transportes, resíduos, etc.) e para além da acção prática propriamente dita (com o objectivo imediato, desde logo, de diminuir de facto o impacto ecológico do nosso estilo de vida) têm por finalidade lançar a reflexão sobre a forma como se estrutura a sociedade actual, e se caracterizam os nossos estilos de vida, levando à consiencialização de como esta tem vindo a funcionar predominantemente de uma forma tendencialmente nociva para o equilíbrio ecológico e social dos diversos ecossistemas que a compôem. O objectivo é modificar actos, criar novos modelos de comportamento e acção e, em geral, cultivar uma cultura de maior consciência e respeito para com a forma como utilizamos os recursos.

-) Porquê EduDICAS:

O que se pretende com a EduDICAS não é imitiar projectos de natureza mais ou menos semelhante. Na verdade partimos do princípio que cada iniciativa, à escala individual até, é extremamente valiosa e todos os projectos de mudança de hábitos e estilos de vida que existem por muitas semelhanças que a certos níveis possam ter não concorrem entre si mas, pelo contrário, devem servir como fonte de inspiração e suporte entre si. Cada indivíduo tem o seu potencial e o que se pretende é estimular esse potencial de consciência assim como criar um efeito multiplicador capaz de produzir um forte impacto de mudança social. Como principais referências bibliográficas temos por exemplo o livro “Impacto Zero – As aventuras de um cidadão que tenta salvar o Planeta” de Colin Beaven ou “Dormir nu é ecológico” de Vanesa Farquharson, que são excelente exemplos do poder que a acção e exemplo individual podem e devem ter rumo à mudança e à sustentabilidade. Temos ainda o site/projecto Everydaystories, www.everydaystories.be

Entre muitas outras fontes de inspiração e informação que sempre que possível serão devidamente enunciadas.

-) EduDICAS, e agora?

As EduDICAS são uma iniciativa aberta, plural e independente. Não é um projecto desta ou daquela entidade, sem prejuízo do apoio das entidades que tornam o projecto EduCACES possível, mas sim um conceito aberto a tod@s sensibilizados para a importância de adoptarmos hábitos e estilos de vida ecológicamente mais “inteligentes”.

Por isso toda a sua eficácia e impacto depende em larga medida de ti.

Assim sendo, o caminho a percorrer é longo, é verdade, mas “Uma caminhada de mil passos, começa com o primeiro passo” (*)

Vamos a isso!

(*) Lao Tsé

Projecto EduCACES - Educação para a Cidadania Activa e Consciencialização Ecológica e Social

Pedro Jorge pereira,

correio electrónico: ecotopia2012@gmail.com

telemóvel: 93 447 6236

EduDICAS - Projecto EduCACES em eco-dicas

Thursday, December 15, 2011

Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE - SOLISTÍCIO de INVERNO, quinta-feira, 22 de dezembro às 18.30, Quintal BioShop

Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE SOLISTÍCIO de INVERNO Contemplando a chegada da mais introspectiva estação

quinta-feira, 22 de dezembro às 18.30
(duração aproximada 2 horas)

“Que tristeza pensar que a Natureza fala e o ser humano não a escuta” Victor Hugo

O Ser Humano tem vindo a perder muitas das suas ligações ancestrais com a Terra Mãe, juntamente com tradições, conhecimentos e até identidade. Tem vindo a perder ligação aos ciclos ancestrais, à sabedoria dos rios e das montanhas, à energia das plantas e da Terra.
O Ser Humano vive cada vez mais em altas torres de cimento e betão, longe do odor das ervas silvestres, e o seu alimento vem de partes distantes do mundo produzido não se sabe por quem e em que condições (ou não é de todo conveniente saber). O ser Humano olha para os outros filhos da Mãe Terra (das espécies não humanas, e também para os seus semelhantes da sua própria espécie) com arrogância e do alto de toda a sua superioridade que não é senão ilusória e nefasta.
O Ser Humano desumanizou-se vivendo cativo de um ego que busca uma constante e efémera gratificação aparente e superficial, quer no mundo dos bens materiais quer na sociedade das aparências e da ganância de poder.
O Ser Humano tem vindo a perder as suas Raízes, e com elas a sua ligação à Terra Mãe que o nutre, cuida e ama incondicionalmente.
Por vivemos cada vez mais em cidades desumanizadas, em habitats cada vez mais estéreis, com um estilo de vida cada vez mais artificial, significa que a Mãe Natureza morreu dentro e fora de nós?

A Oficina de “Ao Encontro da NATUREZA MÃE” é uma viagem sem rumo muito definido (como as curvas sinuosas de um rio) ao encontro e de regresso à TERRA MÃE.

Como sentirmos, procurarmos e encontrarmos as nossas raízes primordiais mesmo num contexto de tão acentuadas e abruptas mudanças civilizacionais (muitas vezes, talvez, não na melhor direcção).

O Inverno, por seu turno, é a estação por excelência do recolhimento, da contemplação, da introspecção. Que mensagens tem o Inverno para nos segredar, que ritmos tem para nos induzir, que coreografias têm as estrelas invernais para desenhar no céu?

Facilitador: Pedro Jorge Pereira, Formador e Dinamizador de Projectos de Intervenção Eco-Social.
Foi um dos fundadores do núcleo do Porto do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, entre outras experiências de activismo e voluntariado noutras associações, sobretudo de cariz ambiental, com particular destaque também para a Associação Cultural - Casa da Horta.

Editou e publicou através do Programa Capital Futuro do Programa Juventude, o livro “Be the change you want to see”, com um forte carácter pedagógico, destinado à educação ambiental e sensibilização para a importância do voluntariado no mundo actual.
Dinamiza ainda, entre outros projectos e actividades, oficinas ligadas aos temas eco-sociologia, ambiente, ética e escreve artigos de reflexão/pensamento para diversas publicações digitais e em formato papel. Blog “Be the Change you Want to See...”: http://thechange2004.blogspot.com/
Dinamiza também o projecto na área da alimentação vegetariana natural, designado "Segredos da Horta", o blog:

http://segredosdahorta.blogspot.com/
Assim como mais recentemente o projecto “Porto de Encontros”, http://portodeencontros.blogspot.com/
uma outra forma de pensar, olhar e conhecer a cidade do Porto e não só.

Observação: Trazer farnel vegetariano (pãezitos, bolitos, biscoitos, frutos secos, etc...) para partilha

OFICINA “Ao (re)Encontro da NATUREZA MÃE” SOLISTÍCIO de INVERNO
22 de Dezembro, 5ªfeira, 18h30
duração aproximada: 2 horas
Porto QUINTAL BioShop

Contribuição: donativo livre
Recomendações: levar roupa confortável e alimento vegetariano para partilhar entre tod@s

Mais informações e inscrições:
222 010 008
e-mail: mail@quintalbioshop.com
www.quintalbioshop.com
http://blogdoquintal.blogspot.com


Tuesday, December 13, 2011

Diz que é uma espécie de democracia

Diz que é uma espécie de democracia

por Pedro Jorge Pereira

Activista e formador eco-social

artigo publicado parcialmente no Barómetro Social


O actual primeiro-ministro do estado português estabeleceu uma série de medidas relativas ao orçamento de estado para 2012 que representam um tremendo retrocesso relativamente a algumas das principais conquistas do povo português num contexto pós 25 de Abril. Direitos sagrados e consagrados como o do subsídio de férias e de natal vêm-se dessa forma subitamente, num abrir e fechar de olhos (diria mais num fechar de olhos) “surripiados” em nome de um hipotético e quase profético combate ao “défice” e à “crise”.

Uma prática constante de diversos regimes (e em especial daqueles particularmente autocráticos) tem sido o de encontrar um “inimigo” ou ameaça externa, por vezes interna também, capaz de legitimar e justificar toda uma panóplia de medidas e acções que em circunstâncias normais seriam … aquilo que são: um violento atentado aos direitos e liberdades dos cidadãos. Direitos esses, tantas e tantas vezes, conquistados através de lutas de décadas com muito sangue, suor e lágrimas de muitos combatentes pela liberdade e direitos dos cidadãos.

Numa era de obstinado neo-liberalismo em que a economia de mercado impera sobre tudo e sobre todos (ou pelo menos é essa a ideologia dominante a nível mundial) o terrível inimigo essencialmente “externo” (já que nenhum governo assume grande responsabilidade nos elementos causadores e também no agravamento de tão tremendo fenómeno) é a crise económica global. Muito falado é também o obsessivo “combate ao défice” como objectivo primordial na estratégia de enfrentamento à referida crise.

Creio que em relação à crise existem primordialmente aspectos tangíveis e reais inerentes à mesma e aspectos, diria, especulativos.

Ou seja, parece-me que um modelo económico que surgiu e se desenvolveu baseado numa tremenda torrente de especulações financeiras globais e baseado numa economia cada vez mais de base especulativa (e de criação virtual de crédito) do que real não poderia senão caminhar a passos largos para a sua própria implosão. Um modelo económico baseado na produção em massa de bens de consumo supérfluos e descartáveis, a partir de matérias-primas cada vez mais escassas, e com um violento impacto ambiental, não poderia senão manifestar cada vez mais o seu carácter limitado e finito (ao contrário do que preconizam uma grande parte das teorias evidentemente mirabolantes que o justificam).

Parece-me ainda que um modelo económico e ideológico que preconiza a “mercantilização” de todos os bens e serviços, nomeadamente os essenciais à vida, como paradigma máximo de crescimento, não pode senão acabar por tornar evidente, mais tarde ou mais cedo, o carácter absurdo da sua suposta legitimidade.

Ainda assim, e apesar de tudo isso, é ainda esse modelo que se vai propagando como um vírus da mais feroz virulência pelo mundo fora e também em Portugal. Mais ainda: não são muitos os que ousam colocá-lo de forma explícita e directa em causa. Ou seja, indiciá-lo como a principal razão para a ocorrência de muitos dos fenómenos que ele próprio diz pretender enfrentar, nomadamente o “défice”, a “crise”,etc.

Neste sistema tudo e todos (o próprio ser humano) é reduzido ao seu valor de mercadoria, valor esse que quando reduzido ou insignificante pode significar a assumpção dessa mercadoria ou bem como “refugo” ou matéria dispensável. E numa era do “descartável” nem o próprio valor do “trabalho” (como ferramenta de inserção, coesão e valorização individual no colectivo) se encontra a salvo de se tornar “descartável” através de uma cada vez mais implacável precariedade eufomisticamente designada de “flexibilização”.

Mas como vinha dizendo, há de facto diversos aspectos tangíveis inerentes ao “natural” esgotamento deste sistema económico/ideologia. Há também, no entanto, muitos aspectos que indiciam a existência de uma importante base especulativa.

Tanto ao nível dos aspectos tangíveis como dos intangíveis há um aspecto inerente a ambos que se reveste de uma importância primordial:

Raramente são “apontadas” as verdadeiras razões do ponto a que a situação chegou e a permanente injecção de capitais no sistema bancário parasitário, à custa de uma cada vez maior depredação dos cada vez mais parcos recursos económicos da maior parte da população, sobretudo daquela que não faz parte da minoria elitista com um enorme poder económico (que se repercute ainda em influência a outros variados níveis), somente tem vindo a atenuar ou disfarçar a verdadeira dimensão da dita crise. Ou seja, a gravidade de todos os devaneios especulativos da banca e da bolsa só não é mais evidente porque o cidadão comum, que aspira somente a viver a sua vida tendo a possibilidade de satisfazer as suas necessidades mais elementares, tem vindo a pagar do seu bolso, do seu esforço, o encobrimento da tremenda vulnerabilidade e disfuncionalidade inerente ao sistema monetário internacional.

Por detrás de tudo isto convém não esquecer um detalhe importante: Por detrás de toda uma máquina, de todo um sistema, estão alguns indivíduos que têm de facto um enorme poder aos mais variados níveis. Hoje em dia as principais corporações multinacionais têm, várias vezes, maior poder económico do que vários países juntos. Por outro lado essas multinacionais são detidas pelos seus accionistas. Dito de outra forma: Um conjunto relativamente restrito de indivíduos tem maior capacidade de influência nas decisões que condicionam a vida de milhões de habitantes em todo o planeta (pois o seu raio de acção é cada vez mais “global”) do que essa enorme maioria. Não tanto através da politica (mas também), não tanto através da força militar (mas também), mas sobretudo através dos mercados. E a questão é que quase todas as esferas de decisão e relacionamento são transformadas em peças do enorme tabuleiro de xadrez mercantil.

De certa forma estamos perante uma situação que se pode classificar de neo-feudalismo. Temos já não uma realidade em que os agricultores e artesões tinham a obrigatoriedade de pagar o tributo ao senhor feudal de determinada região (e este posteriormente à coroa) mas uma realidade em que de cada vez que “compramos” algo estamos a pagar o nosso tributo aos senhores que detêm a posse do conjunto cada vez mais restrito de multinacionais que controlam e detêm a produção de uma grande parte dos bens e serviços que utilizamos e necessitamos.

Esses bens e serviços, é importante dizer, são praticamente … todos. Por outro lado é ainda mais importante salientar que os governos tendem muitas vezes (talvez na maioria das vezes) a defender e representar muito mais os interesses dessas corporações, logo desses novos senhores feudais, do que do comum cidadão. No mundo neo-liberal as decisões têm muito mais por propósito garantir “boas oportunidades de negócio e lucro” do que realmente contribuir para o bem-estar da generalidade das pessoas. Na realidade os dois objectivos são em larga medida antagónicos, e o primeiro tende a ser muito mais preponderante num contexto em que um pouquinho mais para esquerda, ou um pouquinho mais para a direita, os principais governos e partidos nunca deixam de obedecer a uma lógica e ideologia obstinadamente neo-liberal. Uma ideologia que, de resto, tem essa propriedade única de parecer uma não-ideologia. Tem essa propriedade de parecer uma “inevitabilidade histórica natural” e não fruto de uma agenda e de um plano estrategicamente traçado pelos principais arautos do neo-liberalismo que começaram a adquirir cada vez maior poder sobretudo na década de 80 com os regimes fundamentalistas do neo-liberalismo de Reagen e Thatcher. Esta última também conhecida pela “dama de ferro” e que fez de facto justiça ao seu cognome.

Por outro lado é uma ideologia que nunca o assume ser, nem quando as medidas e decisões são de carácter completamente neo-liberal. Mas são sempre justificadas em função de uma série de conceitos mais ou menos vagos como o tal propalado “combate ao défice”, “reestruturação económica”, etc. Enfim, nada de novo quando estamos tão habituados a ver inúmeras intervenções de destruição do património histórico ou natural serem designadas de “requalificação” e “valorização paisagística”. Também não é novidade a forma quase inacreditável como essa táctica de recurso a “lugares comuns mais ou menos vagos” continua a funcionar de forma tão eficaz … desde logo ao nível dos próprios órgãos de comunicação social tornados, na maior parte das vezes, mais em órgãos de propaganda da ideologia neo-liberal do que propriamente em jornalismo independente, crítico e impulsionador de uma verdadeira reflexão.

Em Portugal é também um “lugar comum” designar o direito ao voto como uma das principais conquistas da revolução de 25 de Abril.

Numa perspectiva que pode ser assumidamente polémica (felizmente, pois estamos urgentemente a necessitar de polémicas com coisas e questões que têm realmente a utilidade de o ser), tendo a acreditar que, no actual contexto, o direito ao voto, muitas vezes, mais não funciona como uma forma de legitimar um sistema que à partida se encontra em larga medida … podre. Não existe uma forma mais “simpática” de o dizer. Podre. Em muitos aspectos podre e profundamente “viciado”.

O voto é de facto um direito importante, mas tão mais importante quanto maior for a profundidade das ideias políticas, a profundidade dos programas políticos. Tão mais importante quanto for o nível educacional (que muitas vezes não passa propriamente pelo nível académico) e, sobretudo, a capacidade de juízo crítico por parte dos cidadãos.

Nessa medida parece-me evidente que a actual democracia que existe em Portugal é em muitos aspectos bastante limitada. Quantos dos eleitores votantes leram realmente o programa eleitoral do partido que estão a eleger? Quantos eleitores votam em virtude de uma reflexão crítica independente mais do que de uma fidelidade partidário-clubística, de um condicionamento emocional gerado pelas máquinas de propaganda eleitoral, de uma agradecimento pela régua, pela caneta ou pelo concerto de música pimba oferecido pelo partido e pelo candidato? (quanto mais “populista” melhor). Quantas campanhas discutem realmente ideias, iniciativas, ideais? O cerne da mensagem dos principais partidos, nomeadamente dos com maior representação partidária, é no essencial vaga, vazia e “simplex”. Conceitos como desenvolvimento, crescimento, educação, tecnologia proliferam de uma forma alucinante. É esta Democracia o melhor a que podemos aspirar como ideal pós 25 de Abril?

O maior logro, creio, é assumirmos que temos todos os motivos e mais alguns para nos sentirmos satisfeitos com as “conquistas de Abril”. Conquistamos de facto coisas muito importantes. Desde logo o facto de ter terminado um regime profundamente obscurantista e autocrático que mergulhou Portugal em décadas de estagnação. O maior logro creio, contudo, é esquecermo-nos que a Democracia é um processo em permanente construção, reinvenção e, sobretudo, observação. Se conquistamos muitas coisas é importante não esquecer que outras tantas ficaram por realizar, sonhar, alcançar. Se calhar muitas mais do que as que foram alcançadas. Tantas delas cujo vislumbre se pressentiu em Abril, mas que depois acabaram por nunca chegar a “ser”, sobretudo com o retorno a muitas das situações que a revolução nunca chegou a verdadeiramente a revolucionar (por exemplo a distribuição do poder económico que com relativa rapidez voltou à posse das grandes “oligarquias” e famílias).

Por todos esses motivos parece-me que uma das maiores limitações da actual democracia é o cidadão concentrar ou focalizar a sua capacidade de intervenção, acção e reflexão no mero acto eleitoral que face a um contexto de plena tecnocracia partidária em muitos aspectos não muda propriamente o cerne de muitas questões.

Ou seja, uma das principais limitações da actual Democracia prende-se, na minha opinião, com essa tremenda susceptibilidade de conduzir o cidadão a um papel de acentuada apatia e resignação. Ao papel de mero observador mais ou menos passivo (exceptuando nesse momento em que quase por favor a tecnocracia partidária concede o direito ao cidadão de eleger aqueles que irão tomar o cerne das decisões relativas à sua vida … por eles). Na maior parte dos casos quando existe alguma “revolta” ou não resignação dos cidadãos ela tende a manifestar de forma muito inconsequente, inconsciente e, vezes e vezes sem conta, na alteração, ou não alteração, de determinado sentido de voto que, no fundo, não muda em quase nada a direcção a um panorama social, político e económico cada vez mais, e obsessivamente, neo-liberal. O dito centralismo democrático em Portugal (e na quase totalidade dos países da Europa) parece-me ser a maior evidência disso mesmo.

Por outro lado, e aqui reside outros dos aspectos fundamentais da questão, a realidade é que a eventual mudança de forças e orientações a nível político (quando elas acontecem, e as que têm vindo a acontecer têm sido manifestamente “para pior”) não tem vindo a produzir significativas modificações no plano provavelmente mais determinante aos mais variados níveis: o plano económico.

Os principais partidos políticos, pelo menos aqueles que têm vindo a constituir a diferentes legislaturas em período dito democrático, têm vindo a manifestar uma forte subjugação às principais forças e entidades económicas que se movem, por assim dizer, na sombra. Mas que vezes e vezes sem conta acabam por ser mais influentes e decisivas do que eles próprios. Na realidade, em larga medida não existe qualquer separação entre ambos. Os partidos, e a “elite” que possui maior poder no seu interior, são na verdade o próprio poder económico dominante. São os novos senhores feudais, ou lacaios dos mesmos, que têm vindo a transformar todo o nosso tecido económico e social (nacional e global) num verdadeiro jogo de monopólio bolsista e bancário.

Esse poder é alicerçado num enorme apego a esse mesmo poder, assim como numa tremenda falta de ética e acima de tudo num enorme pressuposto de egoísmo e meritocracia. Esse poder institui a opulência e acumulação exponencial de fortuna de uns poucos em detrimento do mais elementar bem-estar de muitos (a esmagadora maioria da população). Esse poder semeia a desigualdade, a injustiça, a exclusão e a pobreza. E fá-lo com todo o descaramento e legitimidade alicerçada na aparência de normalidade que institui. É legitimo roubar aos pobres para dar ainda mais aos ricos. É legitimo tornar os bens e serviços públicos em “mercadorias” a vender em leilão aos grandes grupos económicos dos senhores feudais dos quais são o mais fiel “xerife”.

São indivíduos profundamente insensíveis e obstinados nos seus propósitos de ascensão na hierarquia político-económica aqueles que dirigem os destinos de milhões de seres humanos no nosso país e também no globo.

Como é que podemos permitir que a democracia se torne nesta teia de poderes, jogos de interesse e, acima de tudo, mecanismo de perpetuação de poder destes novos, e também velhos, senhores feudais modernos?

O Estado somos todos nós? O Estado é cada vez menos todos nós e cada vez mais o todos eles. É um Estado cada vez menos social e cada vez mais um Estado que trabalha e existe para desregulamentar e implodir tudo aquilo que é serviço e interesse público. É um Estado planeado para o ser só na medida em que possa ser útil ao funcionamento da grande máquina especulativa e corporativa.

O Estado tornou-se numa máquina parasitária, pesada e de funcionamento trôpego? Sim, em larga medida tornou-se, sobretudo na medida em que se tornou num Estado à medida do aparelho burocrata do poder dominante e num Estado cada vez menos do e para os cidadãos.

Por outro lado a decisão de tornar o Estado no que se tem vindo a tornar tem vindo a ser isso mesmo: uma decisão. Uma decisão inserida numa agenda e política de neo-liberalização que não esconde nem por instantes se desvia um milímetro que seja da sua genética e “instinto natural”.

Foi esta a democracia porque tanto aspiramos? Uma democracia em que nos resta escolher entre um Estado burocrata, tecnocrático e tremendamente sorvedor de recursos ou uma desregulamentação feroz do mercado e hipoteca definitiva da nossa economia, sociedade e planeta aos interesses dos grandes grupos financeiros globais e nacionais?

Foi esta democracia porque tanto aspiramos? Em que uma nova elite global e nacional, em nome do nosso bem-estar, ousa expropriar, pilhar e destruir numa aura de aparente ordem e sentido de “causa maior”?

Foi esta democracia porque tanto aspiramos? Em que nos tornamos num rebanho dócil e crentes fieis desta nova religião global? Aleluia Banco Mundial, Aleluia Organização Mundial de Comércio, Aleluia Nato.

Diariamente dezenas de decisões - às vezes muito mais determinantes e influentes ao nível daquilo que é a realidade de milhões de seres no planeta Terra do que as dos próprios governos - são tomadas nas salas de reuniões dessas novas instituições supra-mundiais cujos funcionários, a propósito, não são alvo de qualquer escrutínio ou sufrágio por parte do comum cidadão.

O século XX foi pródigo em progressos, conquistas e emancipação dos grupos e classes sociais até aí de uma forma geral quase sempre oprimidas e descriminadas. Um progresso que não surgiu do nada mas que foi o corolário de uma grande luta pela emancipação social e económica dos indivíduos. Pela consagração dos direitos humanos.

Em poucas décadas de neo-liberalismo, em muitos aspectos, temos vindo a hipotecar e vender, a preço de saldo, muitas dessas conquistas. Em nome, precisamente, do nosso bem-estar. Estranho paradoxo este … termos de abdicar de tudo que é essencial, termos de fazer sacrifícios para um dia mais tarde, quem sabe, podemos recuperar uma parte de tudo o aquilo que agora temos de aprender a viver sem …

Esta espécie de aceitação subliminar, esta cultura de aceitação sem questionar ou, menos ainda, obstar seja de que forma for … é exactamente aquela que predominou no país durante as longas décadas de ditadura fascista … e ela é precisamente a chave para a manutenção e disseminação desta democracia tecnocrática e fortemente partidarizada.

Enquanto acharmos que “eles é que sabem”, “eles é que decidem” e, pior ainda, naquilo que é maior procissão de fé à nova religião, acharmos que eles estão lá principalmente para zelar pelo nosso bem e interesses (e que bem Salazar explorou esse papel do “Pai da pátria”) nunca seremos capazes de desenvolver e pensar novas formas de participação e decisão cívica, novos modelos de funcionamento democrático em que os cidadãos adquiram um papel cada vez mais activo e cada vez menos passivo e submisso às lógicas e esquemas partidários. Esquemas esses, e nunca é demais repetir, submetidos sobretudo à lógica de funcionamento dos jogos de influência e decisão dos principais centros do poder económico neo-liberal. Centros esses que se encontram em larga medida camuflados e envolvidos numa aura de secretismo, no mínimo, muito pouco democrático. Teoria da conspiração? É talvez mais fácil e confortável acreditar que a democracia funciona de forma plena, que os homens da política e da economia pretendem de facto o nosso bem … que todo o sistema funciona de forma ética, transparente e em que os cidadãos têm de facto um enorme poder de participar nesta vida democrática. A verdade é que com uma relativa excepção dos países escandinavos, e muito em particular do exemplo da Islândia que tem sido sistematicamente ignorado pelos principais meios de comunicação social, creio que acreditar em tudo isso não é muito diferente de acreditar na fidelidade conjugal de Sílvio Berlusconi.

O que é mais importante, a nossa vida ou o lucro deles? A possibilidade dos seres terem acesso às mais elementares condições de bem-estar, nomeadamente saúde, educação e alimentação, ou a prerrogativa de uma pequena elite acumular cada vez maiores fortunas e viver na mais obscena opulência? A resposta é óbvia. Mas então porque é que vivemos e permitimos a existência de um sistema que tem vindo a agravar e a produzir cada vez mais precisamente o oposto?

Não são meros acasos circunstanciais mas políticas, planos e estratégias muito bem delineadas e alvo de meticulosas elaborações em gabinetes nos principais centros do poder neo-liberal.

Nós gostamos de acreditar que só querem o nosso bem, que os seus propósitos são nobres e solidários. Mas no fundo sabemos que vezes e vezes sem conta não é assim, bem pelo contrário. Provavelmente não é assim na grande maioria das situações.

Um indivíduo, ou, pior ainda, um conjunto de indivíduos sedentos de poder, ou viciados no seu poder, são indivíduos que por norma não olham a meios para atingir os seus fins. E essa é em larga medida uma realidade que determina aquilo que é o nosso dia-a-dia. Essa é uma premissa que quase tacitamente aceitamos como natural nesta forma de democracia predominante.

É um princípio, no fundo, extremamente doentio, mas ao qual nos habituamos como quem tem que viver com uma doença incurável. Mas a verdade é que não tem.

Todo este sistema precisa de um profundo tratamento de choque. Todo este sistema precisa de ser denunciado e exposto antes que já nada mais haja a salvar.

Todo este sistema, e muito em particular os interesses a quem ele provem, precisam de conhecer a capacidade dos indivíduos e cidadãos em dizer “já basta” e a capacidade destes reclamarem o direito a decidir e escolher aquilo que é de facto o melhor para a sua vida. E é bem melhor terem um acesso realmente democrático (e não cada vez mais elitista) a boas condições de trabalho, de educação, de ambiente, de saúde do que a manterem em funcionamento um sistema monetário parasitário e cada vez mais em estado comatoso. Vivemos agrilhotinados por esse “zombie” de que temos que nos livrar de uma vez por todas.

É tempo de partir para novas formas de luta (de preferência não as já as da “praxe”, mesmo com todo o respeito que merecem, do comício e das manifestações com “slogans” gastos) e de reinvenção democrática. É talvez até tempo de desobedecer de forma pacífica. Como dizia Gandhi, “é um dever moral dos indivíduos desobedecerem a leis que são injustas”, como as desta democracia são cada vez mais. Leis fiscais, leis laborais e leis legislativas.

Muito mais fica por dizer mas acima de tudo urge o tempo da acção, reinvenção e repensarmos criativamente os modelos de organização social, económica e política que realmente desejamos para a nossa vida e para a nossa sociedade.

Muito mais fica por dizer, por escrever mas a verdadeira democracia tem de ser sempre, sobretudo, um livro em aberto, à espera de ser escrito por todos os cidadãos com capacidade de pensar e agir livremente. A verdadeira democracia pode e deve ser uma democracia mais directa, mais participada e participativa, onde “responsabilidade” é a palavra-chave numa “responsabilização” que terá que passar pela chamada das pessoas a assumirem o seu lugar activo nos processos de decisão. Muito mais do que serem meramente responsáveis por delegar a sua responsabilidade num suposto representante dos seus interesses. São pródigos os exemplos de formas directas e populares de democracia que surgiram no 25 de Abril. Fábricas, comunas agrícolas, centros sociais auto-gestionados e assembleias populares diversas proliferaram um pouco por todo o país, tendo gradualmente vindo a ser eliminadas e substituídas por formas e modelos convencionais de poder e decisão central.

A verdadeira democracia é bem mais do que uma cruzinha num boletim de voto eleitoral. Tem de ser um livro à espera de poemas, de sonhos, de aspirações realmente fraternas, justas e guiadas pela ética social e ecológica. Guiadas pelo direito de todos os cidadãos a terem o acesso aos bens e serviços que possam satisfazer as suas reais necessidades básicas. Bens e serviços que são cada vez mais um luxo e cada vez menos um direito.

Como alguém disse um dia: Face ao pesadelo que a nossa realidade se está a tornar sonhar é a atitude mais realista que podemos ter.

Um dos meus principais sonhos é o de viver numa autêntica democracia, em que todos os homens são realmente iguais, e em que predominam os princípios da igualdade, liberdade e fraternidade. Utopia? Talvez sim … mas por isso mesmo cada vez mais válida e actual. Já o era há um bom par de séculos atrás, e muitos foram os que dedicaram e deram a vida por ela. Não só por nós, mas também por eles, não nos podemos resignar ao poder daqueles que pretendem concretizar a agenda neo-liberal até às suas últimas e mais doentias consequências. Até porque para já estão no bom caminho para o conseguir. Em épocas diferentes, em quase todos os locais da terra, muitas foram as revoltas populares contra os sistemas feudais dominantes. Muitos foram também as revoltas contra o sistema capitalista industrial que lhe sucedeu. Muitas são também aquelas que acontecem hoje em dia ainda que os contornos sejam em geral radicalmente diferentes do passado. Mas dessas revoltas, numa sociedade orientada para a alienação e entretenimento, fala-se ainda muito, muito pouco. Quem sabe o que aconteceu por exemplo na Islândia?

É tempo pois de nos revoltarmos de forma inteligente, criativa e pacífica contra a ordem mundial e nacional neo-liberal e fazermos de todo o nosso estilo de vida a maior prática de desobediência cívica a um sistema, e às entidades que o representam e instituem. Como? Há muitas e variadas respostas mas as mais importantes são aquelas que formos capazes de desvendar nos novos caminhos que individual e colectivamente há a trilhar.

E não esqueçamos: “Uma caminhada de mil passos começa com o primeiro passo”. (1)

E é só isso mesmo que cada um de nós precisa de fazer … dar o primeiro passo.

(1) Lao Tsé

NOTA: Por não concordância com o designado Novo Acordo Ortográfico o autor continua a escrever conforme a dita “norma antiga”


Monday, December 05, 2011

O3C´s - Oficina de Consumo Crítico e Consciente, Sábado,10 Dez.

O3C´s - Oficina de Consumo Crítico e Consciente, 10 Dez.


Manobras no Porto convida a uma conversa em formato de visita guiada pelo centro histórico do Porto, para a reflexão das nossas escolhas enquanto consumidores, num momento em que as festividades natalícias incitam a uma intensificação do consumo.

O3C´s Oficina de Consumo Crítico e Consciente – quer desafiar-nos a compreender o impacto económico, social e cultural da globalização na estrutura económica e social do comércio do e no Porto, a partir da observação directa de artérias comerciais da cidade.

Trata-se de uma viagem de discussão e reflexão educativa que tem por finalidade sensibilizar os cidadãos para um consumo mais consciente e positivo no apoio à economia local e ao comércio dito tradicional.


A conversa será conduzida por Pedro Jorge Pereira, activista eco-social, dedicado às áreas do consumo consciente, economia social e desenvolvimento local, dinamizando actividades como as oficinas O3C´s, Escrita Criativa e Jamming Cultural, Sessões Ecológicas, etc.

Licenciado em Publicidades / Ciências da Comunicação.

Co-fundou o núcleo do Porto do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental – GAIA.

Editou e publicou o livro “ Be the change we want to see”, com um forte carácter pedagógico, destinado à educação ambiental e sensibilização para a importância da cidadania activa.

Integrou a Associação Cultural Casa da Horta e dinamizou o projecto Segredos da Horta, de formação e divulgação da alimentação vegetariana natural.

A conversa terá lugar dia 10 de Dezembro, sábado, com início às 10h30 e duração de cerca de 1h30 a 2h.
O ponto de encontro será a porta principal do Mercado Ferreira Borges (Hard Club).
Aconselha-se roupa e calçado adequados a uma vista a pé na cidade.

Agradece-se confirmação para este email:

falar.ao@manobrasnoporto.com

até ao dia 7 de Dezembro, quarta feira.


Ficamos a aguardar o vosso contacto.

Até breve,

Manobras no Porto

Monday, November 28, 2011

INTERNATIONAL URANIUM FILM FESTIVAL


INTERNATIONAL URANIUM FILM FESTIVAL
Extensão do 1º Festival de filmes sobre energia nuclear, no Porto
http://www.uraniumfilmfestival.org/

Tuesday, November 15, 2011

RELATÓRIO de ACTIVIDADE - Sessão de Educação Ambiental – Sobre Eco-Consumo e Globalização - Escola Mário Sacramento Aveiro










A convite da Professora Eunice Pinho, no dia 11 de Novembro de 2011 tive a oportunidade de me deslocar a Aveiro para dinamizar uma Sessão Educativa sobre “Eco-Consumo e Globalização”. A sessão teve como público-alvo uma turma de cerca de 25 alunos do 9ºano da Escola Secundária Mário Sacramento de Aveiro.

A sessão decorreu durante aproximadamente 90 minutos e creio que atingiu o seu principal propósito de sensibilizar e introduzir os jovens para algumas das principais questões e reflexões associadas ao sistema de produção e consumo predominante.

Foram ainda discutidas algumas formas alternativas de “consumo” e acção cívica relativamente ao mesmo.

Ciclo TerraEcco II - 17 de Novembro, 5ºf, 22.00, projecção do filme “Sabor de Despedida”

17 de Novembro, 5ºf, 22.00
A DESTRUIÇÃO à MÃO de um INTERRUPTOR
projecção do filme “Sabor de Despedida”

Contagiarte - Porto

Vendida como uma energia “limpa” e renovável a energia hidroeléctrica possui no entanto um lado muito sombrio de profunda alteração e mesmo destruição dos ecossistemas fluviais, assim como de pesados danos na biodiversidade das faunas e floras nativas. Em termos de produção energética o paradigma tem sido o de aposta na energia hidroeléctrica com a construção de ainda mais barragens (com todos os custos ambientais, sociais e até culturais inerentes) em vez da aposta na mais que urgente “eficiência energética”, ou seja, na utilização racional e moderada da energia já produzida actualmente (e que é largamente esbanjada). A construção de uma barragem no Rio Sabor - aquele que era um dos mais belos e ainda “selvagens” rios de Portugal – é talvez um dos maiores “crimes ambientais” em Portugal desta década. Neste excelente documentário, um valioso testemunho ecológico e etnográfico da região do Nordeste Transmontano, teremos a oportunidade de perceber e reflectir sobre muitas das questões que estão em causa e adquirir uma noção maior da dimensão deste terrível atentado ecológico.

Wednesday, November 09, 2011

Douro pode perder classificação de património da humanidade


Mais um milhões de euros do lucro à EDP e às grandes construtoras justificam tudo, até a susceptibilidade do Douro Vinhateiro poder perder a classificação de Património Mundial. A ganância deles não olha a meios para justificar os seus fanáticos fins! Divulgar para sensibilizar é provavelmente um dever cívico!

Thursday, October 27, 2011

Novas barragens vão custar três défices

Numa altura em que está tão "em voga" o discurso do défice, da austeridade, etc. urge lançar o debate e a reflexão de se o que está em causa é de facto a escassez ou ausência de recursos económicos ou mais a forma como eles são utilizados (desperdiçados). Se o que importa é o real desenvolvimento sustentável (sustentado e potenciando os recursos naturais, culturais e económicos de cada região) ou continua a imperar um paradigma de crescimento económico baseado no asfalto e no betão que só interessa realmente aos grandes grupos económicos desses sectores. Não deixa de ser interessante pensar que somos dos países da Europa com mais auto-estradas por km e, no entanto, cada vez mais atrasados ... e mais atrasados provavelmente iremos ficar com a continua destruição do nosso outrora riquíssimo património natural ... até quando vamos assistir passivamente à pilhagem?


Novas barragens vão custar três défices

http://www.dinheirovivo.pt/Estado/Artigo/CIECO018286.html

Grupo de activistas e cidadãos apelou à 'troika' para que seja impedido o desastre económico, social e ambiental na bacia do rio Douro

Quase três vezes o défice de Portugal é quanto o Estado vai pagar à EDP e à Iberdrola, as concessionárias das futuras barragens na bacia do Douro, durante os próximos 70 anos. Um “desastre económico, social e ambiental”, que é como define uma dezena de grupos ecologistas e locais que enviaram à ‘troika’ um estudo que demonstra por que é que o “Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) deveria ser imediatamente suspenso e revogado”.

As concessionárias das futuras barragens vão produzir “metade da energia prevista” no plano, com o dobro do investimento pedido, mediante o pagamento anual de um subsídio do Estado de 49 milhões de euros e ainda de 20 mil euros por megawatt produzido, assegurado pela lei da “Garantia de Potência”, que o ex-ministro Mira Amaral apelidou de “escandalosa” e recomendou “acabar, sob pena de ficar inviabilizada qualquer recuperação económica do país”.

Além do que sairá do Orçamento do Estado, as famílias também contribuirão para as barragens, pagando “mais 10% de electricidade para subsidiar as construções”.

“Isto é uma fraude sobre o Estado e sobre os cidadãos portugueses”, resume João Joanaz de Melo, presidente do GEOTA, um dos signatários da missiva à ‘troika’ e autores do estudo, que aguarda a sensatez vinda de fora para salvar o país.

“Positivo é o facto de ainda ninguém ter desmentido a nossa exposição, a ‘troika’ já ter começado a questionar o Governo sobre as barragens e o actual Ministério da Economia e o do Ambiente terem-nos dito que estão preocupados com este assunto e que estão a estudar o problema”, revelou a mesma fonte, apontando que “é preciso que a opinião pública reaja e faça parar as barragens, como aconteceu com Foz Coa”.

O défice nacional era de 6.687 milhões de euros, em Agosto passado. Durante as concessões das barragens, um total de 16 mil milhões de euros serão pagos às empresas de electricidade, que produzirão apenas 0,5% da energia consumida em Portugal, representam só 2% do potencial de energia que poderia ser obtida através de um programa de eficiência energética e respondem por 3% do aumento das necessidades energéticas do país.

“Se fossem feitos investimentos para obter uma eficiência energética equivalente ao que as novas barragens vão produzir, as contas de electricidade baixariam 10%.

Mas, se fossem feitos investimentos com vista a obter o potencial máximo de eficiência energética, as contas dos consumidores baixariam 30%”, explica o estudo enviado à ‘troika’. Os investimentos em causa, na versão mais intensiva e dispendiosa, rondariam os 410 milhões de euros e teriam retorno em menos de três anos.

Além dos efeitos económicos, as barragens têm demonstrados prejuízos para o património natural e cultural e para a economia da região. “Ao contrário do que diz a propaganda oficial, as barragens geralmente não geram desenvolvimento local. Criam empregos na construção, mas muito menos do que noutros tipo de investimento, e apenas temporariamente. Por exemplo, projectos de eficiência energética ou de renovação urbana beneficiam toda a economia (famílias, Estado e instituições privadas, pequenas e grandes empresas) e geram cerca do dobro de empregos por milhão de euros investidos, em comparação com barragens ou outras grandes obras públicas”, argumentam.

A quem é que aproveita o crime?”, questiona Joanaz de Melo. “Estas decisões não foram tomadas no interesse público, mas é do interesse público parar o programa nacional de barragens. Temos de parar este desastre”, concluiu.

Ignorados:

A Comissão Europeia alertou o Governo português para os “sérios impactos ambientais”, no caso dos estudos efectuados no âmbito das barragens do Baixo Vouga e de Foz Tua, que “violam a legislação europeia, incluindo a Directiva dos Habitats e a Directiva da Qualidade da Água”. O Governo invocou o interesse nacional para anular a lei comunitária.

O parecer do Instituto Marítimo-Portuário, invocando ameaças reais à navegabilidade do Douro, andou “desaparecido” no estudo de impacto ambiental, pelo que, segundo Manuela Cunha, do Partido Os Verdes, “não ficaram acauteladas responsabilidades e ficou a EDP isenta de pagar as obras que venham a ser necessárias para garantir a navegabilidade”.


Friday, October 21, 2011

Oficina de (re)encontro com a Mãe Natureza no DIA M - 30 de Outubro

Um excelente evento absolutamente imperdível! É já no Domingo, dia 30 de Outubro, e as inscrições terminam dia 25. A não perder e, já agora, a divulgar! Obrigado ;O)

Wednesday, October 19, 2011

DISCA nº1 - fugir a sete pés do “dica da semana e afins”

projecto DISCA - Dica da Semana para Cidadãos Activos (hiperactivos, reactivos e activos desempregados)


DISCA nº1 - fugir a sete pés do “dica da semana e afins”


Rejeita (mas a valer) o “Dica da Semana” e todos os panfletos propangadísticos afins que literalmente inundam as nossas caixas do correio.

Afinal, naquilo que é uma evidente provocação ao “Dica da Semana” o nome do DISCA é tudo menos coincidência. Fica pois aqui a nossa homenagem ao pindérico “Dica da Semana” por nos ter, em parte, motivado para lançar essa revolução chamado Projecto DISCA. Nada de confusões. O Dica da Semana é o alvo a abater (sem qualquer piedade) e o DISCA é o seu maior e mais implacável inimigo.

Todos os dias, em todos os países do mundo, mesmo naqueles onde a maioria da população é em grande parte analfabeta, milhões de toneladas de papel são gastos, mais as tintas tóxicas usadas nos mesmos, para imprimir folhetos publicitários. Para além de ser uma informação em larga medida inútil, a verdade é que geram “necessidades” de consumo que sem eles provavelmente nem existiriam. Só iríamos a essas grandes superfícies de consumo buscar algo que realmente necessitamos (e não é exactamente assim que deveria ser?). Se calhar nem iríamos a essas grandes superfícies e encontrávamos meios mais locais e formas de comércio de menor escala para satisfazer essas necessidades. O que significa que somos atraídos pelo chouriço em promoção (isto para quem come animais) do folheto do continente ou pelas sapatilhas foleiras do minipreço e desperdiçamos tempo e recursos (por exemplo gasolina) a passar mais umas horas na grande superfície a estourar dinheiro, quando podíamos usar esse tempo e dinheiro para coisas bem mais úteis. Como jogar à sueca com os velinhos do parque.

Coloca autocolantes a dizer “Publicidade Não” na tua caixa de correio. Podes pedir os teus para o Instituto do Consumidor (que porra, quem quer aquela trampa é que devia ter que pedir e colar um autocolante a dizer “trampa publicitária aqui, sim por favor”) ou, melhor ainda, personaliza o teu. Possíveis sugestões:


- Coloque aqui folhetos ou catálogos publicitários e fique impotente para o resto da vida.


ou


- Se colocar aqui folhetos ou catálogos publicitários irá casar com a concorrente mais gorda daquele programa dos gordos que tentam emagrecer (quer dizer, é preciso ter sorte com o distribuidor, ainda lhe calha algum que tem um fetiche por gordas modelo cachalote)


ou


- Coloque aqui folhetos ou catálogos publicitários e habilite-se a ganhar um compilação de 127 horas com todas as palestras do Jorge Jesus.


ou


- Cuidado, cão perigoso dentro da caixa do correio (pode acrescentar uma instalação sonora com o som de um pit-bull ou rotweiler)


ou


- Por favor colocar todos os panfletos e catálogos publicitários na caixa de correio de baixo (isso vai obrigar o teu vizinho a colar um autocolante igual)


Enfim. Resumindo: Sê criativ@, tudo o que importa é mesmo afugentar aquel@s pobres trabalhadores ou trabalhadoras de ar triste que são pagos (mal e porcamente em geral) para andar a despejar aquele lixo em formato papel nas nossas caixas de correio.

Um dos maiores problemas ecológicos em Portugal é o chamado “deserto verde”, as plantações intensivas de eucaliptos (com todo o impacto ecológico que têm, mas isso é um tema para explorar melhor numa próxima DISCA). A produção e consumo excessivo de papel são a sua principal causa.

Não faltam exemplos de formas estúpidas, inúteis e com elevado impacto ecológico de desperdício de papel (Metro, Destak e afins, não se preocupem que vocês são os alvos seguintes!!!).

Então é fácil, toca a combater a publicidade não endereçada (são toneladas e toneladas de papel, leia-se, despedício, que estamos a evitar produzir).

Resumindo.

DISCA da Semana: fugir a sete pés do “dica da semana e afins”

A Natureza e neste caso em particular os ecossistemas florestais nativos agradecem.


Xico Lógico

Colectivo de Cidadãos Auto-DISCAdos


não Manifesto do projecto DISCA

http://thechange2004.blogspot.com/2011/10/projecto-disca-dica-da-semana-para.html